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Curitiba trabalha para envolver população nas soluções para o trânsito

19.07.2012 - 14:00
  • Celso Alves Mariano. Foto: Fabio Nassif

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Aperfeiçoar a análise dos dados sobre acidentalidade e ampliar o envolvimento da sociedade civil na solução dos problemas do trânsito em Curitiba. Esse é o desafio colocado pela Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) da capital paraense, uma das cinco capitais que integram a primeira fase do projeto “Vida no Trânsito” no Brasil.

Lançado em 2010, o “Vida no Trânsito” faz parte de uma ação global da Organização Mundial da Saúde (OMS), da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e da Bloomberg Philanthropies. A primeira fase do projeto começou no ano passado em Curitiba, Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Palmas (TO) e Teresina (PI). O diretor de Educação da Setran, Celso Mariano, apresentou as ações desenvolvidas em Curitiba nesta quinta-feira (19) no Congresso Internacional do Trânsito, promovido pelo Detran/RS em Porto Alegre.

Contando com o envolvimento de várias secretarias e órgãos municipais, a estratégia curitibana baseia-se em três eixos. O aprimoramento e a integração das informações, oriundas de fontes diferentes, o desenvolvimento de ações de prevenção tendo como base dados confiáveis, e a integração intersetorial no combate às mortes e lesões nas vias públicas. “As soluções são relativamente simples, mas nem tudo que é simples é fácil”, diz Mariano.

Curitiba já registra resultados positivos no segundo ano de implantação do “Vida no Trânsito”. A média de mortes por 100 mil habitantes em 30 dias caiu de 18,7 em 2010 para 17,5 no ano passado, abaixo da média estabelecida. A média de mortes e ferimentos graves por 10 mil veículos em 30 dias, que era de 15,2 em 2010, passou para 14,5 no ano passado, também abaixo da meta prevista. Já o número de mortos e feridos graves por 100 mil habitantes em 30 dias, que era de 103,9 em 2010, caiu para 103,3 no ano passado, mas ficou aquém da meta. O que mostra, para o diretor de Educação da Setran, que ainda há muito por fazer.

A principal estratégia de Curitiba no próximo período, além de aperfeiçoar o levantamento e a análise dos dados sobre acidentalidade, é envolver a comunidade na solução dos problemas no trânsito. A Setran faz reuniões com entidades da sociedade civil nas nove administrações regionais que formam o município. Para Celso Mariano, a maioria da população não se sente parte do problema do trânsito, muito menos da solução. “Mexer com o comportamento começa por mexer com o senso de pertencimento da pessoa com o problema e a solução”, destaca. “Quando o cidadão se pergunta qual é minha parte, chegamos a um ponto de amadurecimento, que é o grande proposito do Vida no Transito”, afirma o diretor de Educação da Setran.

O projeto desenvolvido em Curitiba está servindo de referência para outros municípios do Paraná. Na semana passada, a secretaria estadual da Saúde promoveu uma videoconferência com regionais de saúde do estado, com o objetivo de discutir, a partir do exemplo da capital, as ações que podem ser replicadas no interior do Paraná. “O que se tem para fazer não é um desafio pequeno, mas é plenamente possível. E começa por essa tomada de consciência dos governos e da sociedade civil organizada”, completa Mariano.

Daniel Cassol
de Porto Alegre