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Palmas aposta em informação e parcerias para reduzir acidentes

19.07.2012 - 09:30
  • Foto: Fabio Nassif

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Palmas, capital do Estado de Tocantis, elegeu o princípio da proatividade e a formação de parcerias como estratégia para enfrentar o problema de acidentes de trânsito, que chegou a colocar a cidade em um preocupante segundo lugar no ranking nacional. A implementação do projeto Vida no Trânsito em Palmas foi tema da palestra realizada na manhã desta quinta-feira (19), no Congresso Internacional de Trânsito, por Marta Maria Malheiros Alves, presidente da Comissão Projeto Vida no Trânsito e integrante da Vigilância Epidemiológica Municipal, e por Magnus Matos, gerente de observação em Segurança Pública e coordenador da Subcomissão de Gestão e Análise de Dados, do município de Palmas.

Marta relatou que no período entre 2010 e 2011 foi iniciada a construção de um plano de ação com os objetivos centrais de buscar parcerias e construir um banco de dados reunindo informações de várias entidades. Esse banco de dados acabou se tornando o coração do projeto gerenciado pelas secretarias municipais da Saúde e de Trânsito. Um dos principais problemas enfrentados logo de saída foi o alto índice de acidentes com vítimas fatais envolvendo motocicletas. Cerca de 50% dos óbitos em acidentes em Palmas – cidade com cerca de 233 mil habitantes e uma frota de mais de 125 mil veículos -, ocorrem com motociclistas.

A partir da implementação do Vida no Trânsito foram tomadas uma série de medidas para tentar reduzir esse índice: implementação de radares fixos e móveis, blitze feitas de forma integrada e voltadas a públicos específicos.

Mas a principal arma dessa batalha foi a construção de um banco de dados reunindo informações de várias instituições. A partir dessa base de dados, passou-se a realizar reuniões trimestrais de avaliação que resultaram em ações específicas informadas pela análise desses dados. “Nós procuramos implementar uma mudança da cultura de segurança viária em cima dos três fatores de risco mais presentes em Palmas: velocidade, motociclismo e álcool. Nossas ações de educação em segurança viária, infraestrutura, fiscalização e ação junto a usuários vulneráveis passaram a ser tomadas com base nessas informações”, disse Marta Alves. Além disso, foi lançada a campanha “Eu me comprometo”, um chamado para que cada cidadão e cidadã assumisse sua parcela de responsabilidade nessa luta contra os acidentes de trânsito.

As parcerias firmadas com outras instituições foram – e seguem sendo – fundamentais para o êxito dessa política, reforçou Magnus Matos. Todos os órgãos integrados ao Sistema de Informações sobre Operações Policiais (SIOP) – Polícia Militar, Guarda Metropolitana, Bombeiros, IML, SAMU - produzem dados sobre acidentes de trânsito no município. O cruzamento de dados e a exclusão dos dados duplicados permitem a identificação e a análise dos acidentes graves e fatais. Essa análise de dados também é utilizada para a construção de indicadores.

As medidas já resultaram em avanços como a redução de 19,3% de feridos graves e mortos, a redução de 9,12% das vítimas não fatais, e de 14,39% no número de acidentes, em um universo analisado de 10 mil veículos. “Nós estamos iniciando esse processo. O que está claro é que a redução de acidentes graves e fatais será resultado de um esforço coletivo. Nenhum órgão isolado terá êxito nesta luta”, concluiu Marta Alves.

Marco Weissheimer
de Porto Alegre