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A experiência de Teresina: quando 1+1 é mais que 2

19.07.2012 - 10:00
  • Foto: Fabio Nassif

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A capital do Piauí vive um problema comum a muitas cidades brasileiras: o crescimento exponencial da frota de veículos com os decorrentes problemas de circulação e mobilidade urbana. Teresina tem hoje mais de 814 mil habitantes e uma frota de aproximadamente 300 mil veículos. Essa frota vem crescendo a uma taxa de 10% ao ano, enquanto a população cresce a uma taxa de 1% ao ano. A adoção do Projeto Vida no Trânsito no município segue o compromisso adotado pelo Brasil de reduzir o índice de acidentes nesta Década de Ação pela Segurança Viária, estabelecida pela Organização das Nações Unidas, relatou Audea Lima, Superintendente Municipal de Transportes e Trânsito de Teresina, durante sua apresentação no Congresso Internacional de Trânsito, na manhã desta quinta-feira (19).

Audea Lima destacou em sua fala, intitulada “Nossos passos rumo a uma cultura de segurança no trânsito”, o caráter processual da experiência que vem sendo implementada em Teresina. “Nossos passos constituem uma caminhada e cada um deles tem um significado valioso para nós e para toda a população”, resumiu. Ela apresentou alguns dados de 2011, do Hospital de Urgências de Teresina (HUT), para ilustrar a dimensão do problema que as autoridades deste município enfrentam. O HUT atende cerca de 90% das vítimas de traumas na cidade e região. Destes, cerca de 20% são resultantes de acidentes de trânsito e, dentro deste universo, cerca de 85% são acidentes envolvendo motociclistas.

“Teresina aderiu ao Projeto Vida no Trânsito em função do elevado número de acidentes. O município optou pela criação de uma comissão intersetorial, uma estratégia geral adotada em vários países”, relatou Audea. “Até então nós não tínhamos uma metodologia de trabalho como essa proposta pelo Vida no Trânsito”. A partir daí, iniciou-se um processo sistemático de coleta de dados junto ao SAMU, à Polícia e à Polícia Rodoviária Federal. Com esses dados foi sendo construído um banco de informações sobre vítimas leves, graves e fatais. “É um processo que demanda tempo e a busca permanente de parceiros. Criamos um plano de ação intersetorial e passamos a realizar trimestralmente uma análise dos fatores de risco”.

Audea também apresentou a Operação Salva Vidas como exemplo de uma ação integrada que já trouxe resultados positivos. Lançada em janeiro de 2011, essa operação é fruto de uma parceira entre a Prefeitura de Teresina através da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Companhia Independente de Trânsito (Ciptran), Rone e Polícia Militar (PM) e a Polícia Rodoviária Estadual (BPRE). No período de um ano, as vítimas fatais em acidentes de trânsito caíram de 225 para 161, uma redução de 30%, que ficou muito acima da meta. “O que é mais importante é que salvamos 69 vidas. Esse exemplo mostra a importância das parcerias. Neste caso específico, um mais um é mais que dois”.

Marco Weissheimer
de Porto Alegre