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IPEA estima custo anual com acidentes no Brasil em R$ 40 bilhões

18.07.2012 - 19:14
  • Foto: Fabio Nassif

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Na última palestra dessa quarta-feira (18) do Congresso Internacional de Trânsito, em Porto Alegre, o técnico do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Carlos Henrique Ribeiro de Carvalho, revelou que o custo anual dos acidentes de trânsito no Brasil é de aproximadamente R$ 40 bilhões. A quantia é uma atualização dos últimos dados tabulados pelo IPEA, em 2005 e 2006. Dentro desse número está o custo com acidentes em aglomerados urbanos, superior a R$ 9 bilhões, e o custo dos acidentes em rodovias, de aproximadamente R$ 30 bilhões.

Segundo a pesquisa do IPEA, o custo médio unitário de um acidente com morte em rodovia no Brasil é de mais de R$ 566 mil. Ele explica como se chega a essa quantia: “O custo é formado basicamente por dois componentes, a perda de produção (43%) e danos à propriedade (30%). No quesito perda de produção, estima-se o quanto a vítima produziria segundo sua classe social, de acordo com a expectativa de vida do brasileiro”. Ainda no que tange a custos, um acidente com vítimas em rodovias no País custa em média R$ 116 mil. Quando se fala de acidentes em aglomerados urbanos, um acidente com vítima fatal tem o custo de R$ 229 mil e um acidente com lesão chega à quantia de R$ 27 mil.

O técnico do IPEA falou ainda da mudança do perfil de acidentados: “Em 1996, os motociclistas eram apenas 2,1% das vítimas, enquanto em 2010 eles são 25%. Como as motos são muito usadas por trabalhadores, o custo se torna muito maior”. De moto ou de carro, Carlos Henrique considera que o panorama para o futuro é sombrio: “De 1998 a 2009, as taxas de vendas de motos subiu 12% ao ano e as de carro subiu 7% ao ano. Enquanto isso, o produto interno bruto cresceu em média 4% ao ano”. Mesmo assim, o palestrante afirma que a situação tem a tendência de piorar, uma vez que a taxa de motorização no Brasil ainda é baixa, se comparada com as grandes potências européias e os Estados Unidos: “No Brasil, a média de motorização é de 10 veículos para cada 100 habitantes. Nos EUA e na Europa, essa taxa chega aos 60 veículos para cada 100 habitantes. A indústria automobilística já percebeu isso e está aumentando sua presença no país”. Carlos Henrique considera que limitar o acesso ao transporte individual não é a saída: “Precisamos sim aplicar medidas que incentivem o uso racional do transporte individual e oferecer alternativas coletivas de locomoção”.

O representante do IPEA encerrou sua participação convidando os representantes de órgãos governamentais a participarem da atualização da pesquisa de custos dos acidentes de trânsito que o instituto pretende realizar até o fim de 2012. Ele explicou a importância de se ter esses dados: “Com os números em mãos, é possível pressionar os agentes decisórios quanto à adoção de políticas que atuem na redução do impacto dos acidentes na vida dos brasileiros e na economia do País”.

Ivan Trindade
de Porto Alegre